sábado, 18 de maio de 2019

Umbrella Art

Parece não haver lugares cativos para os monumentos de São Paulo.
São Paulo é uma cidade móvel."
                                                                                           Aracy Amaral



O PROJETO

A partir da ideia da crítica Aracy Amaral sobre arte pública em metrópoles, exposta em seu livro - ; a artista plástica Cláudia Colagrande (membro da APAP – Associação Paulista de Artes Plásticas) desenvolveu o projeto Umbrella Art. Inicialmente como uma das convidadas para evento em homenagem aos XXX anos da cidade de São Paulo, realizado no último dia 25 de Janeiro no bairro da Vila Madalena; pouco a pouco a iniciativa tomou corpo.

Em seguida ao evento, Cláudia produziu uma série com mais de 60 guarda chuvas; todos diferentes uns dos outros, que foram adquiridos por cidadãos paulistanos e passaram a interferir, de forma ainda incipiente, na paisagem da cidade de São Paulo. A artista buscou com isso, ,  ressonância da sua arte com o caráter móvel da cidade, como escreveu Aracy Amaral – já citada anteriormente.

Assim, a partir da utilização desses guarda chuvas por seus proprietários, a paisagem de São Paulo se transforma pouco a pouco, misturando conceitos da arte pública com as aspectos utilitários, criando assim, uma nova feição à cidade.

A ideia agora é expandir essa experiência para outras cidades brasileiras.


O CONCEITO

A arte sempre ocupou um lugar na humanidade de expressão e contemplação. A arte pública convoca a uma observação aberta como parte do cotidiano de todos aqueles que passam por monumentos, parques com esculturas, obras a céu aberto, músicas tocando pelas ruas, danças etc. 

Já a arte utilitária, sempre ocupou um lugar diferente. No entanto, normalmente mais considerada como artesanato, a mesma tem sido repensada. Esse é um caminho que segue a humanidade desde os seus primórdios, se imaginarmos as cerâmicas dos povos antigos todas trabalhadas, os vasos gregos, peças de obra de arte para vestir ou usar, etc. 

A série Umbrella Art surgiu dessa reflexão da arte na vida das pessoas. Da busca pelo desenvolvimento da sensibilidade e as consequências que isso acarreta em quem está atento e o conjunto de afetações seja entre um cenário móvel do caminhante na cidade, no campo ou no litoral.

Qual o impacto de uma obra de arte móvel atravessando esses locais interferindo visualmente por onde passa? 

Seria arte de rua? Arte pública? Objeto particular? Talvez a mistura de todos esses conceitos pois em cada guarda chuva pintado à mão e manuseado por um cidadão,  temos um objeto que  passa a interferir visualmente por onde seu proprietário  transita.


Claudia Colagrande











Nenhum comentário: